sexta-feira, 6 de agosto de 2010

AUDITORIA INTERNA APLICADA COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE E GESTÃO OPERACIONAL

AUDITORIA INTERNA APLICADA COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE E GESTÃO
OPERACIONAL - Prof. Ibraim Lisboa (*)

No meio empresarial ainda se fala que a atividade da Auditoria Interna numa empresa é
dispensável por ser uma atividade meio e não uma atividade fim e, por conta disso, deixa de
agregar valor aos negócios.
Se partirmos do princípio de que todos os valores não gastos numa empresa podem ser vistos e
entendidos como uma economia, então fica fácil de admitir que aqueles que são evitados pelo
trabalho de uma auditoria, na correção de procedimentos inadequados e incorretos, sejam
igualmente considerados uma economia. Neste particular, a auditoria estará auxiliando a empresa
a diminuir os custos decorrentes de desperdícios e ações operacionais impróprias.
Conseqüentemente, o lucro tão almejado e muitas vezes visto à distância pelos administradores
passa a ser uma realidade.
Até bem pouco tempo empresários ainda sustentavam a fixa idéia e a visão de que a auditoria só
serve para pegar ladrão e/ou fraudador.
A isto se atribui o fato de que, por anos a fio ganharam espaço e se sustentaram no noticiário
nacional, seja na imprensa falada, escrita ou televisada, fatos relacionados a irregularidades
envolvendo empresas do setor público e privado.
É a partir daí que começa a existir, a nosso ver, a grande discriminação a respeito da ação e
atuação da auditoria nas empresas. A visão de uma estrutura policialesca, fiscalizadora ou de
caçadora de vilões deixou de existir. A auditoria, nos moldes atuais deve ser vista como uma
estrutura de assessoramento e de auxílio à administração dos gestores modernos.
Deve ser vista como colaboradora que leva à alta administração dados e informações confiáveis e
imparciais sobre todas as atividades da empresa, sejam de natureza administrativa, operacional ou
de gestão.
A análise criteriosa dos controles internos e dos procedimentos de trabalho, aliada a sugestões de
melhoria, aumenta sobremaneira o desempenho operacional, bem como a qualidade técnica dos
serviços ou mesmo da produção.
À medida que os empresários e dirigentes passarem a utilizar os recursos que a auditoria coloca a
sua disposição, mais perto estarão de impedir que falhas e/ou erros voluntários, e alguns
involuntários, sejam cometidos na organização, bem como contribuirão para que manchetes
sensacionalistas deixem de ser divulgadas pela imprensa, o que, de certa forma, acarreta prejuízos
ainda maiores à empresa, pois compromete a sua imagem perante os clientes e fornecedores.
A filosofia da auditoria consiste em avaliar a política de sistema da empresa, em termos da
adequação, comunicação, aceitação, aplicação e controle, se é necessária na situação, se
contribui para atingir os objetivos da empresa, se permite assegurar a correta utilização dos
recursos da empresa, tanto de natureza financeira, econômica e humana.
No setor público, por exemplo, destaca-se a Secretaria dos Controles Internos, com um programa
de avaliação das contas das estruturas públicas e das autarquias, que, a exemplo das empresas
privadas, buscam através da atuação da Auditoria a melhoria dos serviços prestados à população.
Longe está da função policialesca. É uma estrutura que visa auxiliar os gestores públicos a
encontrarem o equilíbrio financeiro e administrativo dos órgãos sob sua administração.
Hoje, independentemente dos rigores e disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal, um
planejamento bem elaborado contempla a atuação de auditorias justamente para auxiliarem aos
gestores públicos a terminarem seus mandatos de bem com o Tribunal de Contas do Estado ou da
União, dependendo do caso. Algumas empresas privadas, principalmente aquelas que recebem
AUD NEWS N.º I

orientações normativas do Banco Central, viram-se compelidas a utilizarem os serviços da auditoria
interna, própria ou terceirizada, para avaliarem seus procedimentos de trabalho e de gestão, de
modo a eliminarem as “não conformidades” do resultado das análises procedidas por técnicos
daquele órgão público. Destaca-se, ainda, os serviços prestados pela auditoria no auxílio à tomada
de decisões, nos casos de avaliações de empresas a serem incorporadas ao patrimônio ou mesmo
nos processos de fusão, sem considerar as ações do dia-a-dia constantes de relatórios de
avaliação da operacionalidade da empresa.
Encontramos, ainda, a efetiva atuação das auditorias quando organizações com os olhos num
padrão de qualidade que as coloque em condições de igualdade ou de competitividade decidem
pela implantação de normas da família ISO 9000, 14000, etc. Mais do que nunca se fazem
presentes e necessários os serviços da auditoria, como avaliadora das ações e procedimentos de
trabalho.
Fica, então, uma pergunta no ar: se a auditoria é uma excelente ferramenta de gestão para o
administrador moderno, por que não é amplamente utilizada? Provavelmente ainda seja
necessário quebrar alguns paradigmas!
(*) Prof. Ibraim Lisboa - Administrador de Empresas, Auditor, Consultor de Empresas há mais de 30 anos, com
experiência em Finanças, Controladoria e Auditoria. É Consultor da Upgrade Training e autor das Obras Manual de
Auditoria Interna e Como Formar Auditores Internos do Portal de Auditoria.
Controles Internos nas áreas operacionais - Contas a Receber
É conveniente, uma segregação entre as funções de escrituração de contas a receber, controles de
duplicatas e recebimentos por caixa. Alguns aspectos que devem ser considerados nesta área são
os seguintes:
- Existência de um controle de duplicatas quanto a sua localização física (em carteira, em bancos,
com cobradores, etc.);
- Controles das duplicatas em poder de cobradores por meio de borderôs;
- Prestação de contas diárias, se possível, por parte dos cobradores externos;
- Confronto periódico entre o razão analítico de contas a receber e o razão social, e com a
existência física de duplicatas;
- Envio de extratos de contas aos clientes por elemento não relacionado com recebimento de
valores; conciliação e analise das divergências, no caso de manifestações do cliente;
- Controle numérico das Notas de Crédito e aprovação das mesmas por elemento autorizado não
relacionado com vendas ou recebimentos, à vista de documentos comprobatórios que assegurem a
procedência de sua emissão;
- Contabilização de adiantamentos recebidos de clientes, para entrega futura de mercadorias em
contas distintas das de contas a receber;
- Preparação periódica de relação de contas a receber por idade, investigando-se os valores em
atraso;
- Baixa de valores considerados incobráveis mediante aprovação por escrito de funcionário
autorizado pela diretoria.
Fonte: Manual de Auditoria Interna 2010

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